Olhar

Sinto os teus olhos cravado na minha pele
Escrutinas-me com o olhar,
Desnudas-me, passeias as mãos na minha ânsia
Os dedos no meu âmago
Arqueio-me contra o teu corpo
Separo os lábios, expiro
Sentes-me, sinto-te
Apreendo e solto o ar a uma velocidade alucinante
Tocas-me, respiras
Fecho os olhos, e sinto os teus olhos cravados na minha pele
Beijas-me com malícia
Deixas-me sem ar,
Sussurras-me ao ouvido palavras desconexas,
Procuro o ar que depressa me tomas
Reparo no brilho do teu olhar, os dedos que depressa
Se fecham em volta da minha amargura
Que espremes, sustenho a respiração
Matas-me aos poucos
Ao mesmo tempo que me amas
Que me tomas,
Que me esmagas com o teu corpo sob o meu...
Abro os olhos, volto a ficar só na escuridão...

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