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Fogo do Inferno

Como fogo do Inferno, Era a forma como queimavas a minha pele ao teu toque. Se o fogo do Inferno não fosse gelado. Como se os anos não passassem, a pele não envelhecesse e a alma permancesse intacta. Às vezes sinto o pesar dos anos que ainda não passaram nos ombros. Nos meus, nos teus, nos nossos. E seremos sempre mais velhos do que a idade real nos diz. As batalhas são tantas, a cada dia, hora, minuto ou segundo. Consome, consome o pouco de luz que temos em nós, e permanece a sombra. A sombra de um novo dia de Inverno, que caminha a passos largos e anuncia a sua chegada. E deixemos que a chuva leve as angústias de mais um dia que passou, e que nada de novo surge. Como um raio de sol brilhante, Era a forma como os meus olhos reluziam quando te olhava. Se os meus olhos ainda reluzissem. E o amor, esse fica guardado no peito, até o tempo ditar o fim. Ah o Tempo, o Senhor de todas as coisas, o velho ancião que tanto tem a ensinar a quem queira ouvir as suas histórias. E eu sento-me c

A Queda

Sento-me na beira de um penhasco, os pés balançam ao som do ondular do mar aos meus pés. Fecho os olhos, o som do violino arrepia-me a pele, Passeio pelo baú de recordações, As que me trazem ao olhar o lacrimejar de saudade e as que ainda têm o poder de me dilacerar a alma… E sinto a frieza do meu ser vir à tona, o veneno entranhar-me os lábios, e sorrio aquele pequeno esgar sádico, tão meu característico. As penas das minhas pequenas asas um dia brancas, enegrecem ao sabor do vento caídas.   E abraço-as no regaço, uma lágrima de sangue abandona-me juntamente com os sonhos que outrora tive. E estagno, entre a queda iminente se der um passo em frente, e a busca incessante que irá iniciar-se se der alguns passos atrás… A vida é feita de escolhas, e eu sou a dualidade da vida. A inconstante, a eterna insatisfeita, a que não se cansa de procurar a perfeição das imperfeições. Mas neste breve segundo sou a estagnada que não consegue decidir que cam

Encontra-me

As lágrimas turvam-me a visão. A dor torna-se evidente. Desespero. Desespero pela solidão dos dias. E quero ser forte, não quero chorar, não quero sentir. Quero caminhar à beira-mar. Quero o rebentar das ondas aos meus pés. Quero uma mão que me afague o rosto e me limpe as lágrimas. Quero um olhar eterno de amor. Um abraço que faça esquecer a dor esquartejante da alma. Um beijo de promessas. Quero caminhar à beira de um precipício, Quero cair, cair e cair. Quero que me agarres e não deixes que o faça. Quero perder-me, mas quero que me encontres. Quero morrer, mas salva-me. Salva-me da humanidade, Da maldade, Do mundo. Mas não me salves de ti, Nunca me salves de ti. Não me abandones outra vez, sozinha no mundo amor. Estou tão cansada de estar sozinha no mundo. Sou só eu, comigo. Foi sempre assim, será sempre assim. Mas se me estenderes a tua mão amor, Serei eu, contigo na solidão das noites. Isa, 21/11/2009

Sonho

O quarto está escuro, na realidade passa da hora de dormir.  As voltas que dou na cama não me cansam, muito menos me fazem parar de pensar, de sonhar acordada.  As recordações vão e vêm numa velocidade alucinante, não consigo simplesmente impedí-las. São inevitáveis.  - Amas-me? – Uma pergunta que ecoa no vazio. - Sim – Uma resposta que sai dos meus lábios, sem na verdade a ter pronunciado.  ...  - És Feliz? – A mesma voz que ecoa uma diferente pergunta.  - Não – Respondo  ...  - Ama-lo? – Perguntas-me  - Não – E desta vez a minha resposta é acompanhada de um sorriso amargo.  - Porquê?  - Porque ele não és tu e porque não amo ninguém.– Sinto os meus olhos húmidos e a vontade de libertar o pranto aperta-me a garganta.  Sorris-me.  Traças o meu rosto com a ponta dos dedos. Fechas os olhos. Beijas-me a testa. Olhas-me nos olhos. Tocas ao de leve os teus lábios nos meus.  - Deves amá-lo, eu simplesmente não existo – Dizes-me.  - Sim existes, estás cravado na minha alma – Uma lágr

Olhar

Sinto os teus olhos cravado na minha pele Escrutinas-me com o olhar, Desnudas-me, passeias as mãos na minha ânsia Os dedos no meu âmago Arqueio-me contra o teu corpo Separo os lábios, expiro Sentes-me, sinto-te Apreendo e solto o ar a uma velocidade alucinante Tocas-me, respiras Fecho os olhos, e sinto os teus olhos cravados na minha pele Beijas-me com malícia Deixas-me sem ar, Sussurras-me ao ouvido palavras desconexas, Procuro o ar que depressa me tomas Reparo no brilho do teu olhar, os dedos que depressa Se fecham em volta da minha amargura Que espremes, sustenho a respiração Matas-me aos poucos Ao mesmo tempo que me amas Que me tomas, Que me esmagas com o teu corpo sob o meu... Abro os olhos, volto a ficar só na escuridão...

Solidão

Na solidão das almas, Oiço gritos de dor, Almas gemem Almas sofrem ausência de emoções Almas sós, pedem piedade E eu corro contra o tempo Mas nunca as olho, só sinto Sinto lágrimas cristalinas das almas sós E choro com elas...por elas E elas abraçam-me as tristezas E nego a quem diz que almas não sentem Almas sentem, tristeza, amargura Almas jamais sorriem, jamais são felizes E choro com elas...por elas E elas abraçam-me a amargura E sorrio de forma fria E partilho a dor com elas...doi-me o vazio por elas E elas abraçam-me a dor Elas abraçam-me os sentidos... 14/05/2008